Fotografia de Casamento, Retrato e Corporativa – Algarve

Expor o Tempo: Cadernos – Dia 0: (Re)início

Um regresso à fotografia com tempo

Há cerca de 12 anos, experimentei — por muito pouco tempo — o mundo fascinante das longas exposições na natureza. Fotografias onde a água se transforma em seda, as nuvens se alongam no céu e as paisagens ganham uma nova dimensão visual. Lembro-me bem da curiosidade e do fascínio, mas também da frustração: os tempos de exposição, os filtros que não tinha, os erros que me ensinaram mais do que qualquer manual.

Este sou eu com o tripé, num daqueles dias em que saí para tentar entender o que era isso de fotografar o tempo. Sem grande técnica, sem equipamento sofisticado… mas com vontade de ver o mundo de forma diferente.

Estas foram algumas das fotografias que fiz nessa altura.
O início foi breve, mas significativo. Aprendi que a longa exposição não é apenas uma técnica — é uma forma de estar. Mesmo que tenha parado por muitos anos, ficou a semente.

Este foi o início. Não voltei a ele durante mais de uma década — até agora.

Depois disso, nunca mais voltei a dedicar-me a este género fotográfico. A vida levou-me por outros caminhos fotográficos — retratos, fotografia de casamento e batizado, eventos em geral. 

Agora, no entanto, decidi recomeçar. E será, na prática, como começar do zero.

Um dos incentivos para este novo (re)início veio também das partilhas do Pedro Henriques, que já participou em alguns dos meus posts anteriores sobre longas exposições. As suas fotografias, a sua paciência e a atenção ao detalhe foram um lembrete claro de que esta forma de fotografar não se perdeu — apenas estava à espera do momento certo para regressar. Este é esse momento.

Ao contrário da intensidade e ritmo acelerado que caracteriza o trabalho em fotografia de eventos — e em particular nos casamentos —, este regresso à fotografia de natureza com longas exposições oferece-me algo diferente: tempo para contemplar, para observar em silêncio, para estar presente. É uma pausa necessária, um reencontro com o essencial, onde a paixão pela fotografia continua a ser o pano de fundo de tudo.

São dois mundos opostos — mas ambos válidos e exigentes.

Na fotografia de eventos, estamos sempre em movimento, com a atenção dividida entre o que está a acontecer e o que está prestes a acontecer. É preciso estar à frente da acção, antecipar momentos, decidir rápido e adaptar-se. A paisagem, pelo contrário, pede-nos quase o contrário: parar, esperar, observar com paciência. A fotografia deixa de ser uma resposta imediata e torna-se uma construção lenta. É dar tempo ao tempo. É deixar que a imagem se revele.

Este post é o início desse registo — não só do que vou fazer, mas também de como vou aprender, errar e corrigir. Espero que possa inspirar ou ajudar quem também esteja a dar os primeiros passos neste tipo de fotografia.

O Que Tenho Neste Recomeço

Desta vez, começo com algum material já preparado. Não é o topo de gama, mas é mais do que suficiente para aprender e criar:

Câmara e objetiva

  • DSLR com lente Canon série L 24-105mm f/4, uma objetiva versátil que me permitirá testar diferentes enquadramentos, especialmente entre as distâncias focais médias e grande-angular moderadas — ideais para este tipo de trabalho com filtros.

Filtros ND e Degradés (Sistema Cokin Série L)

  • Filtro polarizador circular (Z164)
  • Filtro ND4 (Z153) — reduz 2 stops
  • Filtro degradé ND2 Light (Z121L)
  • Filtro degradé ND4 Medium (Z121M)
  • Filtro degradé ND8 Soft (Z121S)
  • Porta-filtros BZ-100A

Tripé

  • Manfrotto 190XPROB
  • Cabeça articulada 3D MH804-3W

Este conjunto vai permitir-me explorar várias situações: da clássica longa exposição junto ao mar até paisagens com céus dramáticos e reflexos suaves.

O Que Me Atrai Neste Género

A fotografia de natureza com longas exposições é, para mim, uma forma de abrandar. Exige tempo, exige calma e convida à contemplação. A técnica é importante, claro, mas mais do que isso, é a escuta do lugar, o observar da luz e do movimento.

Vou errar — muitas vezes. Mas este registo será também feito dessas tentativas e dessas aprendizagens. Cada fotografia será uma conversa com o tempo e com a luz.

O Que Podes Esperar dos Próximos Posts

Nos próximos posts, irei partilhar:

  • Fotografias, com os dados técnicos e reflexões sobre o que funcionou (e o que não funcionou).
  • Notas sobre o uso dos filtros ND e polarizadores no terreno.
  • Pequenas lições aprendidas que possam ser úteis para outros que estão também a começar — ou a recomeçar.
Se também estás a começar na fotografia de paisagem com longas exposições, junta-te a mim neste processo. Vamos descobrir — ou redescobrir — juntos o prazer de parar o tempo com uma fotografia.

Nota final: Um agradecimento especial ao Pedro Henriques pelo incentivo e inspiração neste recomeço. O cuidado com que constrói cada imagem e a forma como partilha o processo foram determinantes para este regresso à fotografia de natureza com filtros e tempo.

Reflexão Final

Este género de fotografia permite-me algo que há muito valorizo: tempo. Tempo para ver melhor, para respirar com a paisagem, para estar verdadeiramente presente. Ao contrário de outras áreas da fotografia em que tudo acontece depressa, aqui o processo é deliberadamente lento — e é precisamente isso que o torna tão valioso.

Viver no Algarve é também uma sorte e uma oportunidade. Este recomeço leva-me não só a fotografar, mas a explorar zonas que, de outra forma, talvez nunca visitasse. Encostas esquecidas, praias menos óbvias, trilhos entre falésias ou pequenos recantos no interior. Ao procurar locais onde a luz e o movimento se encontram, acabo por descobrir mais do território que me rodeia — e, de certa forma, mais de mim próprio também.

A longa exposição na natureza é mais do que uma técnica. É uma forma de estar, um exercício de atenção e de escuta. É a fotografia a lembrar-nos que às vezes é preciso parar… para ver.

Porque, no fim, o que me move é a paixão pela fotografia — a forma como vejo o mundo, a minha interpretação, a minha reflexão sobre a realidade. Fotografar é o meu modo de pensar com os olhos.

Se também estás a começar na fotografia de paisagem com longas exposições, junta-te a mim neste processo. Vamos descobrir — ou redescobrir — juntos o prazer de parar o tempo com uma fotografia.

Nota final: Um agradecimento especial ao Pedro Henriques pelo incentivo e inspiração neste recomeço. O cuidado com que constrói cada imagem e a forma como partilha o processo foram determinantes para este regresso à fotografia de natureza com filtros e tempo.

Pedro Henriques é fotógrafo a residir em Tondela, com interesse particular por longa exposição, macrofotografia, fotografia de eventos e composições construídas com cuidado e uma abordagem contemplativa à imagem.

Visite as redes Sociais do Pedro Henriques:

Picture of Paulo Teixeira

Paulo Teixeira

Este blog nasceu da vontade de partilhar conhecimento de forma genuína e acessível. Acredito profundamente que a troca de ideias e experiências é uma das formas mais ricas de crescer — não só enquanto fotógrafo, mas também enquanto pessoa. Aqui, não vais encontrar fórmulas mágicas nem atalhos vazios, mas sim reflexões, dicas práticas e conteúdos com propósito, criados para inspirar e ajudar quem está neste caminho da fotografia.

Para mim, aprender fotografia é sobretudo aprender a ver o mundo com outros olhos. Por isso, privilegio o contacto directo, as sessões práticas, as conversas informais e as perguntas simples (mas importantes). A experiência no terreno, os erros que cometi e os métodos que resultaram são o que partilho aqui, sempre com o intuito de tornar o processo de aprendizagem mais claro e gratificante.

Acredito numa aprendizagem contínua e mútua. Este blog não é apenas um espaço para ensinar, mas também para aprender contigo — com as tuas dúvidas, experiências e visões. Se este espaço te fizer pensar, experimentar ou ver de forma diferente, então já está a cumprir o seu propósito.

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